Quem já foi assaltado quase sempre sabe exatamente onde o crime
aconteceu e faz de tudo para não retornar ao local. Com a ideia de
compartilhar esse tipo de informação e criar um mapa da criminalidade
nas grandes cidades, os sócios baianos Márcio Vicente e Fillipe Norton
decidiram criar o Onde Fui Roubado, site que, a partir de junho, exibirá
um banco de dados sobre os locais com mais ocorrências de roubos e
assaltos, além de uma série de outras estatísticas sobre a segurança nas
capitais brasileiras. Para chegar às informações, a ferramenta
colaborativa usará relatos das próprias vítimas, que poderão cadastrar
seus boletins de ocorrência, anonimamente, através de um formulário.
“Com isso, vamos apresentar estatísticas de quais objetos mais roubados,
quais modalidades são mais comuns em cada localidade, além, é claro, de
um mapa com os lugares onde mais acontecem assaltos”, explicou Norton,
em entrevista ao Bahia Notícias. Segundo ele, o objetivo é usar a
tecnologia como forma de prestar um serviço à sociedade. “As pessoas vão
poder saber mais sobre a criminalidade na sua vizinhança, nas áreas de
trabalho ou lazer e até numa cidade onde nunca foi e quer se prevenir”,
sugeriu. Além disso, o desenvolvedor acredita que os dados serão bem
vindos também para a polícia, que muitas vezes é incapaz de ficar ciente
sobre todos os crimes relativos a uma determinada região. “Criamos a
plataforma de forma independente, mas gostaria, sim, que isso ajudasse
no trabalho dos policiais. Até porque fizemos algumas pesquisas e
descobrimos que muitas vítimas de pequenos delitos não registram as
ocorrências nas delegacias, o que atrapalha a visão das autoridades
acerca da segurança. Com o Onde Fui Roubado, será possível ter essas
informações em um só lugar”, opinou. Para evitar, porém, que a
ferramenta seja alvo de fraudes, o que tornaria inválidas as
estatísticas, Norton diz que vai investir no desenvolvimento de
tecnologias que bloqueiem spams e cadastros de falsos crimes. “Também
vamos fazer um trabalho de conscientização com os usuários, para que
percebam que esse é um serviço importante para a população, que não pode
dar falsas informações”, assegurou.
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